quarta-feira, janeiro 13, 2010

SEMIRAMIS

Em homenagem a uma pessoa muito especial a quem tive o prazer de conhecer e passar momentos maravilhosos nesta vida, resolvi montar meu último post relacionado a Yule (logo mais estaremos em Imbolc!).
Semíramis. Uma figura importantíssima na origem do que chamamos hoje de Natal. Uma personagem histórica, que teria sido uma rainha, fundadora da Babilônia e responsável pela construção de seus grandes jardins suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo¹. Deixando de ser considerada lenda após descobertas arqueológicas na região (encontrou-se várias tábuas a respeito), é considerada também a 1ª suma-sacerdotisa de uma religião própria.

Dona de uma beleza exótica, força e sabedoria, orgulho, sensualidade, e determinação, reinou sobre a Pérsia, Assíria, Armênia, Arábia, Egito e toda a Ásia, durante mais de 42 anos. Subiu ao céu transformada em pomba, após entregar a coroa ao seu filho, Tamuz (o significado do nome Semiramis seria Pomba Amorosa – origem Assírio). Há varias lendas a respeito de sua origem; dizem que foi filha de uma sacerdotisa (a quem diga que era filha uma deusa) abandonada à morte no deserto; foi alimentada por pombas e depois encontrada e adotada por um pastor chamado Simas.

Mas, para entendermos bem como ela deu origem a uma nova religião ou culto, começaremos por Nimrode, aparentemente neto de Cam, filho de Noé. O nome Ninmode deriva da palavra “marad”, que significa “rebelar” ou “ele se rebelou” (alguns estudiosos do hebraico dizem que Nimrode significa literalmente “vamos nos rebelar”). Foi um dos primeiros homens mais poderosos do mundo e recebe este nome pois, segundo a Bíblia, teria se rebelado contra “Deus” ² em razão do dilúvio que destruiu seus antepassados. Afirmava que os homens deveriam ser dependentes do próprio poder, e assim não temeriam mais a deus. Queria se vingar do mesmo se resolvesse inundar a terra novamente e, convencendo as pessoas de que era escravidão submeter-se a deus, começaram a construir uma torre que chegasse até os céus (A Torre de Babel) e assim acabou sendo conhecido como “príncipe dos céus”.
Semiramis era esposa de Nimrode. Quando ele morreu ela estava esperando um filho (segundo algumas fontes teria engravidado depois de sua morte de forma milagrosa) a quem deu o nome de Tamuz e disseminou a crença de que Tamuz era na realidade a reencarnação de seu marido morto, Nimrode (princípio de reencarnação). Segundo ela um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia de um pedaço de árvore morta, simbolizando a passagem de Ninrode da morte para uma nova vida. Dizia também que ele visitava tal árvore "sempre viva" e deixava presentes nela todos os anos no dia do seu aniversário de nascimento (25 de dezembro) dando origem à "Árvore de Natal"!


Aí então Tamuz, quando já era um jovem, acabou sendo morto por um Javali em um acidente de caça. Semiramis então, proclamou que ele subira aos céus e se tornara deus e, juntamente com as seguidoras de sua religião, choraram e jejuaram por Tamuz durante 40 dias até que ele foi trazido de volta a vida.


Com isto ficou provado o poder de sua mãe que foi intitulada “rainha do céu” ou “deusa mãe” sendo o símbolo dessa religião uma criança nos braços da mãe conhecido como: “o mistério da mãe com a criança” (daí também vieram os presépios) e a origem de Yule com o nascimento de um menino deus, e o 25 de Dezembro era conhecido na antiguidade caldaica conhecido como “dia da criança” e “dia do nascimento de Tamuz, o deus so sol”. A noite anterior era a “noite da mãe”, em honra a Semíramis (hoje véspera de Natal).


Mais tarde, Pérgamo, na Ásia Menor, tornou-se o centro do culto da mãe com o filho pelos medo-persa que lá se estabeleceram após dominar a Babilônia (os medo-persa tinham cultos de adoração ao fogo).

Os Romanos tinham a "Festa da Saturnalia" (celebrado entre 17 e 23 de Dezembro onde os últimos dois dias trocavam-se presentes em honra de Saturno e em 25 de Dezembro era a celebração do nascimento do sol invencível (Natalis Solis Invicti). Com o tempo, devido a incorporação das religiões orientais, os maiores festejos se realizavam em honra a Mitra (desde o 1º séc A.C.) que corresponderia ao babilônico Tamuz.

Em 274, Imperador Aureliano declarou aquele dia o maior feriado em Roma: a festa mitraista do Natalis Solis Invicti. A igreja Cristã então, no séc IV, escolheu 25 de Dezembro (Dies Natalis Domini) por decreto papal, tentando absorver as crenças antigas e facilitar a conversão, tendo assim que acoplar vários símbolos pagãos à sua religião.

É difícil saber a que dar crédito nos diversos mitos sobre Semíramis. A respeito de quem era ela e de sua vida em si temos várias informações divergentes, ou melhor dizendo, versões diferentes. Exemplo:
Contada por Diodoro (autor, historiador e filósofo grego da Sicília - século I a.C.) temos duas versões. Na primeira Semíramis, uma mulher de grande beleza, filha de uma deusa marinha, esposa de Ones participou nas campanhas militares de do rei Nino (outro nome para Ninrod). Numa dessas batalhas consegue tomar uma cidade particularmente bem protegida o que leva o referido rei a admirá-la e acaba se apaixonando por ela. Ones, o marido enlouqueceu pela traição, e suicidou-se. Ela tornou-se rainha e teve um filho do rei Nino; a quem chamou de Nínia. Depois da morte do rei Semíramis assume o poder e torna-se a soberana que funda o governo e a cidade da Babilónia, dirige exércitos e expande o império até à Índia. Já na segunda versão ela seria uma cortesã por quem o rei se apaixona. Concede a ela então todos os privilégios por 5 dias. No primeiro dia ela recebeu o cetro e o manto real e deu uma grande festa durante a qual convenceu os chefes militares e dirigentes regionais a colaborar com ela; já no segundo dia, enquanto o povo lhe prestava tributo, ela prendeu o marido e com a coragem e o poder que conseguiu tomou o trono e fez-se coroar rainha.

Já Valério Maximo (escritor romano) nos deixa o seguinte: Semíramis já deveria ser alguém influente talvez já uma rainha. Em companhia das suas aias e damas e sendo hábito as mulheres pentearem-se a qualquer hora do dia e sem razão aparente, recebeu uma notícia. O recado dizia que os cidadãos da Babilónia estavam prontos para entregar a cidade ao seu tio, o príncipe dos Medos. Semíramis ficou furiosa, atirou o pente para longe, vestiu uma armadura, deixou as mulheres de lado e reuniu os guerreiros, prometendo nunca mais arranjar o cabelo até que a cidade se rendesse às suas ordens. Foi então à luta combater a rebelião...

Semiramis hoje é considerada uma personagem histórica, mas existem muitas teorias a seu respeito. A forma grega do nome, Babilônia, é do Acadiano Bāb-ilu, que significa "Portão de Deus". As grandes torres-templo da antiga Suméria, ou zigurates, tinham bem essa conotação mesmo. Tais enormes construções, quadrados e com escadas eram vistos como portões da terra para os deuses; escadas para o céu ("Alcançando o céu" é uma inscrição comum nessas construções). Como umas das maiores estruturas religiosas já construídas, as narrações da Bíblia em que aparecem nada mais é do que uma adaptação posterior ao antigo sistema Mesopotâmico.
Babel para os judeus adquiriu o significado de "confusão"; Moisés terá derivado o nome Babel, em hebraico Bavél, da raiz do verbo ba.lál, que significa "confundir". Mas, curiosamente, Bab e El sugere uma combinação do acadiano Bab ("porta", "portão") com o hebraico El ("Deus", abreviatura de Elóhah e Elohím).

Amar-Sin (2046-2037 a.C – Suméria ), terceiro monarca da Terceira dinastia de Ur, tentou construir um zigurate em Eridu (ao sul de Ur) que nunca foi terminado. Alguns pesquisadores sugerem que Eridu seria o verdadeiro local onde teria estado a torre de Babel, que as ruínas da torre na verdade seriam as ruina deste zigurate sumério e que o local na história teria sido alterado mais tarde para a Babilônia. Enmerkar (i.e. Enmer o Caçador - rei Sumério construtor de Uruk ), foi também um construtor do templo de Eridu e, segundo alguns, seria Ninrod (Nimrode). Tais teorias são fundamentadas no tamanho imenso das ruínas e a idade mais atiga das mesmas além do seguinte título de Eridu: NUN.KI (“lugar poderoso”) que se tornou mais tarde um título da Babilônia³.
Seria isso um indício de que na verdade Nimrod era um rei Sumério? E Semiramis? Seria a forma helenizada do nome sumério "Sammur-amat", ou "dádiva do mar"?...

Também foi identificada em Ishtar, Inanna, Astarte e os Fenícios usavam Asher, Ashtaroth em Israel, Ísis no Egito, etc... Se fosse na realidade a personificação de uma deusa, seria uma deusa amorosa, mãe e das guerras? Como a maioria das quais foi identificada?

Bem, é difícil saber ao certo, e quanto mais eu pesquiso mais misteriosa ela me parece, acho que é por isso que a aprecio tanto...Então continuarei meus estudos sobre essa figura fascinante...

¹ Pelo que consta os terraços teriam sido construídos uns sobre os outros (em VI a. C., ao sul da Mesopotâmia; na Babilônia) e eram irrigados pelas águas bombeadas do Rio Eufrates. Sabe-se que possuiam árvores, flores tropicais e palmeiras, embora ainda não se conheça descrições detalhadas ou vestígios arqueológicos sobre sua verdadeira forma e dimensões.

²Os orientais têm o costume de se referir às pessoas de destaque, muitas vezes, por outro nome dado após a sua morte, frequentemente relacionado a seus atos em vida.

³ “Enmerkar e o Senhor de Aratta” é um mito Sumério semelhante ao da Torre de Babel na qual os dois deuses rivais, Enki e Enlil acabam confundindo as línguas de toda a humanidade devido sua discussão.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Mitos de Yule

Existem vários mitos em torno da data de Yule (assim como em outros festivais ou ritos). Como a bruxara é livre tudo vai depender, é claro, do caminho, escola ou panteão você segue, ou simplesmente aquela na qual você mais se identifica.
Pessoalmente, acredito que devemos estar sempre abertos a novos conhecimentos, então coletei aqui algumas informações que considerei bem interessantes a respeito mas, vale ressaltar que, em sua maioria, as informações a seguir são um pouco escassas, havendo também algumas divergências sobre um mesmo assunto de uma fonte para outra, pois, a intenção aqui foi criar um esboço ou ponto de partida para estudo mais aprofundado. Então, se você como eu poderia ficar a vida toda pesquisando este tipo de coisa, divirta-se!!!

O Nascimento do Deus Sol:
Nossa, falamos sobre isso nos dois últimos enooooormes posts (risos) e, para falar a verdade, a grande maioria dos mitos está relacionado a esta idéia de luz após a escuridão de alguma maneira, algumas vezes logicamente de forma mais direta que outras, o que nos deixa claro ser essa a essência real da coisa...


Origem: Celta - Mito do Rei do Carvalho e do rei do Azevinho:
Os celta dividiam o ano em duas metades opostas: o ano claro, iluminado e quente, dominado pelo Rei Carvalho e o ano escuro e frio, dominado pelo Rei Azevinho. Partes estas que eram dividas pelos ritos de Samhain e Beltane; pelos solstícios.

A história mais conhecida a respeito era da batalha dos irmãos gêmeos Rei Carvalho e o Rei Azevinho. Nos seis primeiros meses do ano, é o Rei Carvalho (Luz) que governa, como um jovem forte, e corajoso que caça a Deusa pelas florestas, (Beltane) e temos dias claros e longos, com o sol brilhando intensamente, que vai ficando cada vez mais forte até seu ápice (solstício de verão) quando começa a declinar, perdendo gradualmente suas forças. É aí que trava uma batalha com seu irmão o Rei Azevinho (escuridão) e acaba sendo vencido por ele, que ocupado seu trono governando como um ancião, sábio e bondoso, que traz o Inverno do Norte, une as pessoas nas tribos e transmite esperança do retorno da luz com seu próprio declínio (nosso atual Papai Noel que vem do Pólo Norte, as luzes de natal etc). Ele traz a morte e a vida, reinando nos próximos seis meses do ano até que o Sol renasce no Solstício de Inverno retomando seu trono como Rei Carvalho.

Os dois irmãos representam as faces do Deus, uma parte do ano jovem, vida e luz, a outra o deus ancião, escuridão e morte. Algumas versões da lenda representam o Rei da Luz pelo gamo, veado ou cervo (animais da mesma família que a rena) e o rei das sombras pelo Lobo. Existem muitos outros meios (mitos) de se contar o retorno da luz a partir do solstício de inverno e a roda do ano em si, como veremos a seguir.
Origem: Grega I – Mito de Perséfone:
Certo dia Perséfone, filha de Deméter (deusa da agricultura) estava passeando por campos floridos quando foi raptada pelo deus do submundo Hades, a quem havia sido concedido a mão de Deméter pelo pai Zeus, mas Hades não quis esperar.

Deméter então, furiosa pelo rapto da filha, jogou uma praga sobre a Terra (ou simplesmente se descuidou dos afazeres) impedindo que qualquer coisa crescesse até que sua filha retornasse, dando assim origem ao inverno.
Então Zeus, o rei supremo, mandou Hermes (o mensageiro dos deuses) ao inferno para recuperá-la. Este foi até lá e covenceu Hades, que impôs uma condição: por ter comido uma romã, isto é, não ter rejeitado-o por completo enquanto esteve lá, ela teria que passar metade do ano lá com ele como a sombria Perséfone e, quando retornasse para perto dos pais, seria Coré, a eterna adolescente.
Quando do seu regresso Deméter ficou tão contente que fez florir por todos os lados dando originando, assim, à primavera.
O Verão representaria então o caloroso amor de Deméter por sua filha e o Outono quando ela se lembra que logo será deixada por ela, se entristece e logo as folhas caem.
Obs: Em Roma acontece o mesmo, mas lá Perséfone era chamada de Prosepina ou Prosérpina.

Origem: Grega II – Attis (1200 a.C).
Attis, da Phyrugia, nasceu da virgem Nana em 25 de dezembro, crucificado, colocado no túmulo, 3 dias depois ressuscitou.

Origem: Grega III – Dionísio (500 a.C.)
Dionísio nasceu de uma virgem em 25 de dezembro; um peregrino que praticou milagres como transformar a água em vinho e chamado de 'Rei dos Reis', 'Filho pródigo de Deus', 'Alpha e Omega', etc. Morreu e ressuscitou.

Origem: Persa – Mithra (1200 a.C.)
Nasceu virgem em 25 de Dezembro, teve 12 discípulos, praticou milagres, morreu foi enterrado e ressuscitou após 3 dias. Chamado de 'A Verdade', 'A Luz', etc. Seu dia sagrado de adoração: Domingo (Sunday: Dia do Sol).

Origem: Suméria - A Descida de Inanna: Neste mito Inanna, a grande deusa suméria do amor, fertilidade, sexualidade, guerra etc.. precisou descer até o submundo para visitar sua irmã gêmea, Ereshkigal (deusa da morte, o oposto de inanna) devido a morte de seu marido Gugalana.
Em sua descida ela precisou passar pelos sete portais do submundo, e em cada um deles se despia de suas roupas, jóias e adornos, ou seja, de todas as máscaras, pois para encarar a irmã, que era sua outra face, deveria estar totalmente entregue; sem nenhum tipo de máscara.
Então Ereshkigal mata Inanna, que se rende ao próprio sacrifício ganhando assim força, aceitando a si mesma como é e encarando seu lado negro, e assim cresce em sabedoria para renascer mais poderosa, linda e brilhante. Ereshkigal manteve seu corpo prisioneiro, pendurado em uma estaca, até que passassem três dias e três noites e Enki, o deus da sabedoria, enviou duas criaturas criadas por ele (Galatur e Kurgarra) para resgatá-la. Estes, que acabaram por ajudar Ereshkigal que dava a luz, receberiam um favor em troca, e pediram para levar Inanna e a ressucitaram. Ereshkigal aceitou mas exigiu que alguém fosse mandado no seu lugar. Então Inanna, retornou para o seu reino e viu Dummuzi (seu marido) reinando em seu lugar e se enfureceu, mandando-o para o inferno para substituí-la. Então Geshtinana (Deusa dos caniços de papiro), a irmã de Damuzzi, se oferece para alternar com ele a permanência no inferno e dividir sua dor. Assim ele passa metade de cada ano no submundo (Outono e Inverno) e na outra metade retornaria trazendo abundancia e fertilidade à terra (Primavera e Verão).
Mais uma vez temos um mito sobre morte e renascimento do Deus.
Esta é a origem da celebração da roda do ano sumeriano.

Origem: Antigo Egito - Hórus, o Deus-Sol (3000 a c.)
Hórus veio ao mundo em 25 de Dezembro da virgem Ísis. Tendo seu nascimento acompanhado por uma estrela do Leste que também foi seguida; por três reis em busca do salvador recém-nascido. Era muito evoluído para sua idade aos 12 anos, aos 30 foi batizado por Anup. Possuía 12 discípulos (que na verdade representariam os 12 signos) que o seguiam, curou pessoas e andou sobre as águas; além de possuir apelidos como: A Verdade, A luz, o filho adorado de Deus, Bom pastor, Cordeiro de Deus etc. Foi traído por Tifão, crucificado e ressucitou após três dias.

Origem: Índia - (900 a.C).
Krisnha, filho de Devaki, que segundo algumas fontes era virgem, com uma estrela no Ocidente assinalando sua chegada. Fez milagres em conjunto com seus discípulos e muitas passagens de sua vida se assemelham assombrosamente com a de Jesus. Após a morte ressuscitou.

Mas e esse tal de Papai Noel em???


Origem: Escandinava - O Bode de Yule
Figura associada ao deus Thor, que percorria o céu numa carruagem puxada por bodes (os deuses na mitologia nórdica sempre eram relacionados com animais que muitas vezes puxavam carruagens ex: Freya: gatos, Freyr: javalis). Com o passar dos anos os jovens passaram a ir de casa em casa nessa época do ano para realizar brincadeiras ou canta, sendo que uma das pessoas do grupo se vestia de Bode de Yule. A partir do séc XIX um dos homens que se vestia de “Bode de Yule” já entregava presentes, até se transformar em Santa Claus.

Referência essa encontrada mais fortemente na Finlândia, onde se conhecia o Joulupukki, (significando literalmente Bode de Yule), sendo a verdadeira origem de Santa Claus. Vestia trajes vermelhos, usava um cajado e viajava em um trenó puxado por renas, mas para eles não se tratava de uma criatura benéfica e sim um bode assustador que amedrontava crianças e vinha para receber presentes e não presentear...


Origem: Germânica / Nórdica - De Odin e as botas nas chaminés a São Nicolau

Associada a Odin (principal deus na mitologia nórdica-germãnica) que, em função da ocasião (Yule) reunia os deuses e guerreiros que haviam morrido em combate para realizar uma grande caçada. As crianças enchiam suas botas com cenouras, açúcar e palha, deixando-as perto das chaminés, para serem levadas por Sleipnir (cavalo alado de oito patas de Odin) e o Deus então, como recompensa, deixava para elas nas botas doces e presentes. Estes costumes resistiram mesmo depois do Cristianismo na Holanda, Bélgica e Alemanha, associando-se com o tempo a São Nicolau, que cumpria o papel de Odin. Tal costume migrou para a América e perdura até hoje.


Origem: Turquia - O Bispo de Myra

Originalmente São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia (no século IV). Nicolau costumava ajudar financeiramente os necessitados colocando um saco com moedas de ouro na chaminé das casas e era muito generoso com os probres, se tornando objeto de devoção na Holanda, Bélgica, Áustria e Alemanha. Muitos milagres lhe foram atribuidos e acabou virando santo. A junção de sua história com os mitos já existentes sobre Yule e, principalmente os germânicos, acabou culminando na figura tão conhecida hoje do Papai Noel.

Origem: Dinamarquesa - Santa Claus
Santa Claus nada mais é do que um nome que veio do termo dinamarquês Sinterklaas, de fato uma forma contraída de Sint Nicolaas ou São Nicolau. Sinterklaas era também um mito baseado parcialmente na estória do bispo de Myra, onde na verdade, conta-se na Holanda, ele viria da Espanha barco e não de trenó do Pólo Norte. Ele era acompanhado de ajudantes negros, os Zwarte Pieten, que traziam presentes para as crianças boas e puniam as más levando-as embora dentro dos sacos.
Finalmente, analisando os mitos acima, chegamos a conclusão que, para entendermos exatamente onde um mito termina e outro começa, precisaríamos de um estudo bem mais profundo sobre cada um, sua verdadeira origem e etc. Mas, uma coisa é certa, o Papai Noel como o conhecemos hoje é uma salada de tudo o que é mito europeu, que recebeu a caracterização atual de influência Inglesa por volta do séc. XVII.

Bom, por enquanto é só...ainda tenho mais um mito que considero bastante especial, mas resolvi reservar para o próximo post.
Que todos sejam muito abençoados.