sábado, outubro 24, 2009

ERESHKIGAL - A Rainha do Submundo


Ereshkigal. Uma figura um pouco controversa, aparentemente ameaçadora mas que possui uma essência de causar admiração aos que realmente souberem compreenderem.

Uma grande Deusa suméria, filha de Anu (deus do firmamento) e Namu (a senhora dos oceanos) é a Rainha do Submundo. Senhora da energia interior e de tudo o que é intangível, da transformação, morte e renascimento, da justiça das almas, da regeneração. Várias são as lendas ao redor desta figura enigmática mas em todas elas, mesmo sento tão diferentes, podemos perceber uma mesma personalidade, suas características e sua verdadeira essência. Então vamos analisar um pouco do que conhecemos e entender quem realmente ela é.

Teria sido ela anteriormente a deusa Ninlil (filha de Ninshebargunu, uma antiga deusa da agricultura e Haia deus da estocagem) que, segundo a lenda, sendo profundamente desejada por Enlil (deus do ar, primogênito de Anu), acabou sendo violentada pelo mesmo, e fez com que fosse a julgamento frente a assembléia dos Deuses. Ele teria sido condenado a morte para pagar pelo crime e enviado para a Mansão dos Mortos e ela, posteriormente, teria descido em busca dele pois na verdade o amava. Lá acabaram por reinar como Ereshkigal e Gugalana (segundo outras fontes eles teriam retornado para as Esferas Superiores).

Nesse aspecto Ereshkigal seria na verdade uma deusa tríplice este sendo o seu lado anciã, assim como seria a mãe em Ninlil, e a jovem em Inanna (deusa do amor, da sensualidade e da guerra). No mito mais famoso relacionado a Inanna ela teve de descer ao submundo para resgatar seu marido Dumuzzi e assim encarar sua outra face (como deusa negra) em Ereshkigal, sua irmã-avó e parte de si mesma, passando pela morte e renascimento e assim pbtendo o conhecimento do equilíbrio entre a vida e a morte como parte de um todo.

Se analisarmos a mitologia suméria veremos que vários mitos se interligam e se cruzam, havendo várias divergências, como também nomes diferentes para um mesmo deus ou deusa. O consorte de Ereshkigal aparece também como Nergal (deus da guerra e da morte) que segundo este mito, teria ofendido a deusa, se recusando a prestar reverência em seu nome ao seu representante Namtar em uma certa reunião dos Deuses convocada por Anu. Após muita insistência dos outros deuses de ir até ela se desculpar pelo ocorrido pois temiam por sua fúria, acabou se apaixonando por ela e vice-versa. Chegou a fugir do submundo com medo de perder a vida que conhecia ao lado dos outros deuses mas, no final, se decidiu por passar o resto de sua existência junto a ela e juntos governando o mundo inferior.

De qualquer forma detalharei aqui a versão que eu, particularmente, aprecio mais, pois para mim possui uma ligação muito mais tênue com a essência propriamente dita de Ereshkigal e que realmente me ajudou a entender essa essência:


Como Ereshkigal escolheu o mundo subterrâneo para seu reino

Depois de Anu (deus do céus) se separar de sua esposa Ninhursag-Ki (Terra Mãe), suas lágrimas alcançaram as águas do mar de Mãe Namu que o acolheu em sua tristeza profunda e a partir daí Namu gerou um casal de gêmeos perfeitos: Enki e Ereshkigal.

E foi brincando no mar de Mãe Namu que cresceram. Embora vivessem em terra firme e sempre na companhia de seu adorado irmão mais velho Enlil, eram, por vezes, muito sábios para sua idade e desde cedo já mostravam um deslumbre de seus futuros destinos: enquanto Enki adorava boiar na superfície, Ereshkigal preferia mergulhar nas profundezas.

Em meio às brincadeiras Enlil dizia sempre que Ereshkigal perguntava demais. E ela se defendia dizendo que precisava saber das coisas cada vez mais, que sentia existir dentro dela, como no fundo do mar e no interior de tudo o que existe um algo a mais além do que se pode ver ou tocar (físico). Dizia perceber a existência de um mundo tão sutil que não era tão diferente do que conhecemos no físico, que seria um mundo interior refletindo o exterior e vice-versa, uma conexão “invisível” que une planos, formas e tudo o que existe de infinitas maneiras e interligando a tudo e a todos. E dizia sentir que, opostamente aos irmão que trabalhariam com o mundo em que conhecemos (Enlil faz os planos de criação pois é o Deus do ar, e Enki da forma a estes planos como deus da água) a missão dela seria exatamente o intangível.

A partir daí sempre discutia com Enlil pois ele a dizia para prestar atenção em Kur e os Guardiões da Trevas, em como são diferentes, por terem abandonado a segurança de Duku (montanha da criação) são seres zangados e instáveis e não entendia porque tinham que ser assim. Já Ereshkigal defendia que cada um é o que é e que não devemos nos prender a porquês, apenas entender que todos somos diferentes e aceitar esses seres como energias puras que não reconhecem controle ou limites, sendo essa sua natureza. Que basta notar no próprio mundo físico as diferenças entre tudo e que no mundo interior, aí sim, deveria haver algo a mais que uni de forma perfeita todas essas diferenças; algo que perpetua em tudo o que existe e que, nos apegando exclusivamente ao exterior (físico),
acabamos por não perceber.

E destas discussões Enlil sugeriu que ela tomasse cuidado com sua sua curiosidade, que ele mesmo também gostaria de entender Kur e os outros, mas que para o lugar onde eles foram ninguém jamais foi; acreditava que este Mudo Subterrâneo começa onde termina o Mundo Físico e, segundo Mãe Namu, As Grandes Profundezas se estendem tão alto quanto o firmamento e tão ao fundo quanto as águas do mar.

Mas Ereshkigal em seu interior cresceu repetindo para si mesma que não acreditava que aquele fosse um lugar perigoso apenas diferente e incompreendido.
E sempre com um desejo de conhecer o desconhecido e ir além nadava cada dia mais longe e mais fundo e embora sempre cansada fisicamente possuía muita predisposição interior para aprender e cercava Enlil com suas infinitas perguntas.
E com o tempo o seu pensamento foi mudando e, ao invés de se preocupar tanto em achar finalmente as respostas agora pensava em sempre ter perguntas, para poder aprender mais e mais. Entendia que o conhecimento é uma ferramenta, mas o que realmente importa é o fogo espiritual que dá sentido ao que se aprende ao fazer as perguntas certas.

E então, certo dia, ela finalmente concretizou o seu desejo de não retornar ao mundo físico, nadando até perder de vista a Terra Firme por muito e muito tempo até encontrar Kur e os Guardiões espalhados pelos limites da terra na entrada do Mundo Subterrâneo. Percebeu que eles estavam isolados, cada um no seu próprio espaço e se sentiu um pouco ameaçada, mas logo compreendeu que era a dor e desespero por algo que não sabiam o que era ou não se esforçavam para conseguir que os deixava assim e que, na realidade, não seriam seres ruins.
Então ela os aceitou do jeito que são, mesmo diferentes de tudo o que já havia visto e principalmente Kur com sua pele escamosa e asas poderosas, uma fera, e por mais assustador que tentasse parecer ela não sentia medo dele e entendia que por dentro deveria ser belo e que parecia ser a vitalidade da Terra Bruta, antes de ser lapidada.
Então, se dirigindo a todos, disse enxergar a beleza dentro deles e chamou-os para olharem para dentro e reconhecer a centelha que flui dentro de todos, dela e de tudo o que existe e que une a tudo, começando ela mesma mergulhando na solidão de Kur abrindo seu corpo, mente alma coração e espírito para ele.
Ele, por sua vez, afirmou que jurou desafiar até o fim a todos aqueles que se puserem em seu caminho e Ereshkigal respondeu aceitar o desafio desde que não fosse através da guerra, pois teria ido até lá atrás por causa da energia interior, para mergulhar na essência de todas as coisa e que ele seria seu grande desafio, que o entender fazia parte do processo e assim crescer na própria compreensão de si mesma e alcançar o reino mais além onde aparência não conta, apenas a essência... E foi assim que Ereshkigal ganhou o desafio não pela força mas por afeição, pois acabou cativando Kur que também se mostrou a ela e juntos tornaram-se companheiros adentrando o Mundo Subterrâneo e expandiriam seus horizontes mutuamente.

“Encher o vazio deste mundo com o meu ser, ajudar a Kur e tantos outros a olhar para dentro para poder crecser...” (pensou)
E então a voz de Ereshkigal ressoou forte e clara em todos os mundos da Criação, as Esferas Mais Altas, Mundo Físico, nos confis da Terra e pela primeira vez, no Mundo Subterrâneo, nas Grandes Profundezas:

“ Eu escolho as Grandes Profundezas, o Mundo Subterrâneo para meu Reino.”


E a sabedoria imensa de Ereshkigal e sua missão foi finalmente compreendida pelo irmão Enki, que não aceitava o “abandono” pela irmã, apenas quando foi atrás dela para tentar trazê-la de volta:

Enki mal podia suportar a dor da separação de sua mais querida companheira e amiga. E com um enorme peso no coração pela falta da irmãzinha Enlil tentava consolar Enki que lhe pediu para que criasse algo para trazê-la de volta. Enlil pensou e por fim afirmou que não poderia ir, pois tal lugar fica além do dos seus limites devido a promessa que fizera a mãe Ki de ser o guardião da Terra (Mundo Físico) e encorajou o próprio Enki para esta missão dizendo que ele encontraria um meio de fazê-lo principalmente por serem gêmeos e terem um laço muito forte e Enlil realmente esperava que Enki conseguisse. Mas Enki era muito jovem e Enlil começou a ensinar coisas a ele, dizendo que sua palavra era lei, que com ela atribuiu nomes aos Anunaki (deuses e deusas que deixaram a montanha sagrada da criação) mas que isto não era o suficiente e que precisaria da ajuda de Enki para organizar o Mundo Físico. E Enki disse então:
Todos viemos da Mãe Namu...Água, a essência de minha natrureza, e de Ereshkigal também, pode ser moldada em formas infindáveis, dependendo do receptáculo, sem, entretanto, jamais perder a sua essência...
E pensou: Assim como eu mesmo devo aprender, evoluir e crescer para um dia (logo,espero), resgatar Ereshkigal.

E assim Enlil conferia Nome pelo poder de sua Palavra e Enki conferia Forma, significado e identidade e Enki se transformou em Nudimud, o Criador de Imagens, Senhor das Formas Arquetípicas e a ele foram dadas todas as águas doces. E, em meio a administração de construções, passava bastante tempo em um lago ou pântanos pensando em sua promessa e de como cumpri-la. Sabendo que Ereshkigal nadava muito bem e que nadando se foi, pensou em algum modo de atravessar os oceanos e, observando o trabalho de Ningikuga (uma deusa Anunaki que fazia cabanas com argila e trançando juncos), teve a idéia de pedir a ela permissão para usar alguns de seus juncos na construção de um tipo de estrutura que pudesse levá-lo pelos mares e ela quis ajudá-lo em sua nobre missão lhe dizendo como deveria construir estas estruturas para que fossem fortes o bastante. Então ele criou o primeiro barco a remos que chamou de Magur e enquanto construía ia se preparando para a grande jornada. Assim que pronto se despediu de todos e partiu sozinho e remando sempre para o infinito, até que conseguiu chegar ao limiar e foi recepcionado por Kur. Assim que colocou os pés na areia escura e grossa sentiu-se vulnerável como se estivesse sendo revistado de dentro para fora e segurou a cabeça tentando segurar a pressão que vinha de dentro dele, pois se sentia invadido por uma enorme sensação de novos limiares de conhecimento sendo apresentados.
Então ouviu uma voz grave melodiosa e estranhamente calma dizer:
- Não lute contra a sensação. Você irá se adaptar à experiência do Mundo Subterrâneo logo, logo. Lembre-se, porém, da regra básica: se sua alma é pura, então os seus contatos aqui serão harmoniosos e irão faze-lo completo. Mas se você vem com medo, raiva e tudo o que for negativo ou desequilibrado, você terá então de enfrentar as sombras do seu coração, corpo, mente e alma antes de encontrar regeneração, cura e equilíbrio.
Conseguiu levantar a cabeça sem senti-la rodar e viu que tudo era estranho.com uma luz parecia vir de dentro da própria terra. Podia ver o contorno de uma grande construção toda de lápis lázuli e cristal, provavelmente um templo ou palácio. Mas se impressionou com as formas fantasmagóricas, que ele via ao seu redor, algumas muito ocupadas, sabendo o que faziam (seja lá’ o que fosse!), outras parecendo andar a esmo. Seres descarnados, amontoados de ossos que se movimentavam, e se Enki pudesse usar o termo, parecendo estar vivos. Finalmente, voltou-se na direção da Voz que o havia saudado e viu uma figura alta, toda vestida de preto, e com um grande capuz, sua face estava escondida. A Figura fez Enki assumir uma atitude de cautela e respeito que o surpreendeu. Nunca antes havia encontrado uma aura tão grande de autoridade e seriedade. Ele ia se apresentar mas a figura afirmou saber quem ele era e o que queria ali.e perguntou ainda como ele podia ter certeza de que sua irmã iria querer retornar com ele. Disse que todos aqueles que vivem vêm ao Mundo Subterrâneo ao final de seu ciclo de vida no Mundo Físico. Todos, sem exceção e com um gesto amplo, a Presença apontou para os amontoados de ossos descarnados. Portanto, todas estas presenças estão mortas? Ele percebia ter feito uma pergunta retórica A Presença permaneceu em silêncio, mas de uma certa forma, Enki não achou a reserva dela assustadora. - Não havia pensado muito na morte até este momento. Evidente que sei que a morte é algo que acontece aos vivos, às plantas e animais, mas não necessariamente aos Grandes Deuses. A Presença o fez lembrar das sensações quando chegou ao submundo e ele perguntou se também havia morrido. Percebeu uma leve expressão que parecia um sorriso respondeu que ele também havia renascido; que o Mundo Subterrâneo é a Realidade Interior de tudo o que foi, é e será. É o encontro entre vida e morte para que possa haver a cura e a regeneração através do entendimento do equilíbrio e justiça, conhecimento este que é raramente encontrado no Mundo Físico. Que vida e morte formam um ciclo e o mundo subterrâneo está ligado às Esferas Superiores em função dele.
Viver é bem mais do que satisfazer as necessidades básicas do corpo, pois deve também levar em conta a realidade do espírito e se todos os seres vivos se dessem conta disso, poderiam ver sua existência física como caminho de evolução.
Fez-se silêncio, e Enki liberou uma lágrima enquanto alterava seu estado de consciência e viu tudo se transformar na imagem do Mundo Físico Original e reconheceu aquela Presença como sua amada irmã Ereshkisgal.

E na sua frente não havia mais o amontoado de ossos descarnado mas sim uma jovem mulher de idade indefinida, de longos cabelos negros, toda vestida de preto e prata. Se abraçaram e ela lhe disse ter escolhido ficar lá que precisava ficar lá para ajudar aquele que que sofrem por coisas que nunca experimentaram no Mundo Físico a ter entendimento de todo o equilíbrio. Seu trabalho é assegurar que todos os que buscam a essência além da aparência a encontrem.
E ele entendeu que ela era a Guardiã de todos os segredos do Mundo Subterrâneo e que é necessária lá.e que se as Esferas Superiores são o domínio da Forma, onde a Essência está no interior, o Mundo Subterrâneo é o domínio da Essência Perfeita, que está contida na Forma, e que será vista por todos aqueles cuja Visão Interior se projetar além das aparências tudo o que existir no exterior também é igual ao que existe no interior

Então ela deu-lhe como presente de despedida uma semente do submundo que Enki plantou no Mundo Físico após seu retorno e esta cresceu como uma arvorezinha simbolizando um portal para os outros mundos.
E assim a vida veio das profundezas interiores como realmente acontece com todas as coisas.


quinta-feira, outubro 15, 2009

Especial halloween - receitinhas mágicas



Receitas de bruxa

A cozinha é o local mais mágico de toda a nossa casa. É lá que preparamos nosso alimento, de nossos filhos e das pessoas que residem em nosso lar. Além disso, nela também confeccionamos nossos perfumes mágicos, nossos banhos de ervas e todo tipo de feitiços e poções.

Antes de cozinhar magicamente, tome um banho de limpeza, limpe a cozinha (energeticamente e fisicamente), acenda uma vela e um incenso da sua preferência. Ponha uma música para tocar e coloque as mãos da massa!

Salada da prosperidade do dia das bruxas

400g de lentilhas
13 tomates cereja
1 punhado de salsinha picada
1 pitada de gengibre ralado
1 buquê de manjericão
½ cebola roxa
7 colheres de sopa de azeita de oliva
sal e pimenta do reino a gosto


Modo de preparo:

Cozinhe a lentilha em bastante água com sal por cerca de 25 minutos e escorra. Enquanto isso vá lavando os tomates, o manjericão, e a salsinha. Quando a lentilha já estiver fria, junte os outros ingredientes e mexa tudo com uma colher de pau, visualizando a prosperidade em sua vida.
Deixe por 30 minutos na geladeira e sirva. Presenteie seus amigos e parentes com esse presentinho mágico e cheio de sabor!


Doce de abóbora do halloween

Ingredientes:

1kg de abóbora
3 xícaras rasas de chá de açúcar
7 cravos da índia
3 paus de canela
100g de coco ralado fresco

Em uma penela (dê preferência para uma panela de barro) coloque todos os ingredientes menos o coco e leve ao fogo baixo até desgrudar do fundo da panela. Mexa de vez em quando e muito delicadamente. Coloque em uma compoteira,polvilhe o coco e sirva frio.








Salgadinhos do Jack-O-Lantern

- sementes de abóbora
- sal
-1 colher de óleo vegetal


Pegue as sementes daquela abóbora e lave bem tirando todos os fiapos alaranjados. Seque bem e espalhe as sementes em uma forma forrada com papel manteiga. Caso não tenha o papel manteiga em casa, unte uma forma com o óleo e coloque as sementes para assar em forno médio, mexendo vez ou outra para tostar por inteiro. Retire do forno quando estiver quando estiverem todas tostadinhas e adicione sal a gosto.


terça-feira, outubro 13, 2009

músicas

http://www.youtube.com/watch?v=T6ELVt48GR4

olhem que bunitinha essa música, vou colocar uns links pra vcs verem

bj a todos

Especial - halloween

Honrando os antepassados

Hoje no ocidente não existe um reverenciamento aos antepassados, assim como é feito em grande parte do oriente. Temos o costume de visitar túmulos no dia 2 de novembro, dia de finados, coincidentemente (ou não) junto com as comemorações de Sahaim que tem inicio na noite do dia
31 de outubro (dois dias antes). Neste dia, uma tênue linha nos separa do plano espiritual, sendo então um dia mágico, onde conseguimos ser mais intuitivos e criativos e onde temos a oportunidade de honrar nossos antepassados, agradecer pelos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos por intermédio de trocas, conversas, explicações, o amor incondicional de um pai ou uma mãe que já se foi...Temos tanto a agradecer e às vezes até pedir perdão por alguns atos que cometemos no passado, que podem ter magoado pessoas tão importantes e que não estão mais aqui para que possamos nos redimir, dar um abraço apertado, pedir perdão e dizer que os amamos no mais fundo de nossos corações.
É por conta dessas coisas que no dia 31 de outubro celebramos e honramos nossos antepassados, os convidamos para se banquetear conosco (claro que no sentido figurativo) e também fazemos com que àquelas almas perdidas encontrem a luz, vão para o caminho do bem e que entendam que é apenas uma fase, no útero escuro e acolhedor da Grande Mãe para que se retorne à vida.
A seguir um ritual simples para se fazer em honra aos antepassados e também para se livrar de males que você não queira para o próximo ano.
O que você vai precisar:

- maçãs
- romãs
- flores de sua preferência.
- o desenho da roda do ano
- um caldeirão pequeno (ou uma pequena panela de barro, nunca usada antes).
- uma faca (de preferência virgem e de cabo branco, mas isso é opcional).
- uma vela dourada (para simbolizar o Deus)
- uma vela prata (para simbolizar a Deusa)
- um lápis
- um papel sem linhas.

Monte o seu altar da maneira como seu coração mandar, de maneira que as velas fiquem lado a lado e no centro. Não esqueça do pequeno caldeirão ou da panelinha de barro! Cuide para que nesse momento você não seja interrompida(o)! Desligue o celular, tire o telefone do ganho, e avise ao porteiro (se morar em apartamento) que não quer ser incomodada (o).
Centre-se e vá pensando nos amigos, parentes e todos os entes queridos que já não estão mais entre nós. Não sinta tristeza, eles terminaram apenas um ciclo para iniciar outro. Lembre-se que a alma jamais morre, e que o plano físico é só uma passagem, assim como a morte também é. Escreva num pedaço de papel vários aspectos de sua vida do qual deseja se livrar, um sentimento negativo, um mau hábito, doenças, enfim coisas que não deseja mais para sua vida. Xeroque a página ao lado e coloque também no seu altar. Invoque a Deusa e o Deus da sua maneira, com palavras que venham do seu coração. Erga uma das romãs e perfure sua casca. Remova diversas sementes e coloque-as no desenho da roda. Olhe para seu altar e diga: “Nesta noite transformadora de Halloween assinalo sua passagem, rei Sol através do poente rumo ao outro mundo levando consigo todos aqueles que daqui já partiram. Grande e Sábia Deusa, mãe eterna, grandiosas e sábia, mostre-me a tua luz intensa nos meus momentos de escuridão”.
Prove as sementes de outra romã e sinta plenamente seu sabor refrescante e agridoce que invade toda a sua boca. Olhe para o desenho da roda do ano e veja nela o infinito e perfeição da vida e da morte. Com muito cuidado (bastante cuidado mesmo, hein!) acenda seu caldeirão (que deve estar no chão agora, para evitar acidentes) e observe suas chamas, com o papel ainda em sua mão. Diga: “Mãe Lua, Deusa da noite e das estrelas, este é o fogo que irá transformar tudo aquilo que vem me atormentando e bloqueando minha vida. Que essas energias transmutem. Que das trevas se faça luz! Que o mal em bem se transforme! Da morte o renascimento!” Jogue então o papel nas chamas do caldeirão e visualize todos os seus problemas sendo queimados, transmutados, transformados! Diga: “Que o fogo sagrado queime todos os meus problemas!” Mais uma vez diga: “Que a paz, a luz e a sabedoria esteja com meus antepassados. Obrigada (o) por todos ensinamentos e por todo amor, Que o Deus esteja sempre ao lado deles os guiando nessa viagem fantástica e indescritível! Vão em paz!”. Coma algumas frutas do altar e oferte o restante aos seus antepassados. Ao fim do ritual deixe-os ao pé de alguma árvore.

Que a Deusa transforme seu Caminho em Sagrado, hoje e sempre!

segunda-feira, outubro 12, 2009

Preparação para o Halloween

Preparação para o halloween



Com o ano novo se aproximando (halloween), estou colocando minha casa de cabeça para baixo, mas devagarinho, cada semana ou cada dia da semana um cômodo diferente. Hoje mesmo, ao invés de estar por aí aproveitando o feriado, resolvi ficar para me preparar para o próximo sabbath. Limpei toda a minha cozinha e a área de serviço. Com ela limpa e organizada agora sim eu posso começar a limpá-la energéticamente. Vou colocar uma música forte, alegre e alta, acencer um caldeiraozinho porreta que tenho guardado só para coisas especiais, montar um lindo altar para minha Deusa (que gosta de uma limpeza pesada!), vou fazer um chá bem forte com ervas de limpeza, e vou passar no chão como se fosse um desinfetante. Já fiz uma garrafada boa de proteção e vou tacar nas paredes, portas e tudo mais. Vou colocar um punhado de sal grosso em cada canto da cozinha a fim de tirá-lo com a vassoura de bruxa para tirar toda a inhaca impregnada nela. Já juntei tudo que eu não queria mais e que não me servia, vou doar ou jogar fora....ufa!



Ir devagar é melhor do que fazer tudo de uma vez só. Por que assim fazemos com calma, sem deixar escapar nada, nem um cantinho e mudamos a energia da casa para o próximo sabbath.



São Tomé que nos espere!!!!!

quinta-feira, outubro 01, 2009

Bruxaria

O que é...

A bruxaria nada mais é do que uma religião. Muitas vezes encarada como filosofia, ela está presente naqueles que realmente entendem o sagrado como princípio fundamental do universo, uma vez que os deuses e todas as suas energias e heranças fazem parte de um completo equilíbrio, que é a chave da pura existência por si só. Sendo assim, seus seguidores não acreditam em uma separação entre o bem e o mal, já que nada pode ser denominado como algo se não houver um contraposto, o que poderíamos resumir desta forma: não existe luz sem trevas, pois se as trevas não se fizessem presentes não saberíamos o que é a luz, por não termos uma base de comparação e esta nos passaria desapercebido e nem ao menos haveria sentido para nós o conceito que temos hoje a respeito; e assim procede com tudo o que se entende por existência: equilíbrio e harmonia, os opostos se atraem justamente por se completarem.

A partir daí podemos entender a crença na reencarnação onde uma vida não é o suficiente para ninguém se tornar um ser perfeito, ou quase perfeito, pois somos pequenos, e mesmo com toda a maestria dos deuses em nossas vidas quase sempre cometemos deslizes, e essas transformações não passam de processos ou etapas da qual necessitamos em prol da nossa própria evolução.

Em uma religião onde se tem essa concepção em que o simples fato de existir é sagrado, entendemos que cada molécula possui vida e com a natureza não é diferente, muito pelo contrário: na natureza, e em todas as coisas aparentemente simples, é que podemos nos conectar com o pedacinho divino que há dentro de nós e nos reencontrar com a nossa essência adormecida por toda essa ânsia de modernidade e glamour que a atualidade nos trás. Dessa forma trabalhamos nossa espiritualidade plenamente interagindo com a natureza da qual tanto necessitamos e nossas celebrações se baseiam, assim como para nossos ancestrais nos primórdios da humanidade, com os ciclos da natureza e da vida em si; acompanhando os solstícios* e equinócios*, mudanças de estação, colheitas e tudo aquilo na qual necessitamos e cada vez mais ignoramos, retomando a ligação a muito esquecida desses ciclos com as histórias de nossos deuses.

Portanto, pode-se dizer que, é uma religião baseada no primitivo sim, sem esquecermos a realidade em que vivemos, isto é, não vamos deixar de aproveitar as praticidades de um carro ou um computador porque na época não existiam, assim como trazemos a simbologia de cada tipo de ritual ou celebração para os dias de hoje, adaptando à realidade em que vivemos, por exemplo: um ritual voltado à fertilidade para que a colheita seja farta, podemos transmutar em um ritual de prosperidade para nossas vidas em si, seja financeiramente, realização pessoal etc., a não ser que você viva em um local afastado dependendo das ditas colheitas (você seria um privilegiado com certeza). Claro que isto sempre feito com total consciência! Não fazendo nem desejando nada a ninguém que não se queira a si mesmo e nem nada que possa chegar a prejudicar alguém, e isto inclui o meio ambiente!! Se o prejudicamos, prejudicamos aos nossos “pais” ou deuses e conseqüentemente a nós mesmos e vice-versa, pois todos somos um!!!

É uma religião de liberdade com conscientização. Assumimos nosso sagrado interior percebendo a essência divina em nós mesmos, nos amamos como realmente somos e nos libertamos de amarras e preconceitos que a sociedade nos impõe, principalmente quando nos reunimos e cantamos para os deuses com alegria e, em certos momentos, até mesmo com um pouco de infantilidade, por nos sentirmos confiantes em libertar nossa criança interior e a pureza que ainda somos capazes de guardar dentro de nós, bem lá no fundo...
Amamos profundamente a natureza por fazermos parte dela, e a vemos como o próprio corpo da Deusa que é nossa mãe e tem tanto para nos ensinar se soubemos ouví-la, estamos sempre buscando muitas formas de mostrar para as pessoas o quanto ela está sendo desrespeitada e assassinada! E francamente, me parece simplesmente inconcebível a idéia de como as pessoas podem encarar a natureza como algo tão casual e irrelevante, ainda não consigo entender, como as pessoas podem passar pela natureza e nem sequer voltar os olhos para ela; como não conseguem enxergar a beleza e sentir sua vibração, a magia pura que ela consegue passar pra você, pelo simples fato de estar lá; é só parar por um instante e prestar atenção, mas todos estão sempre muito ocupados para isso...


Bom, como em qualquer religião possuímos certas tradições e crenças (ironicamente muito semelhante às que encontramos em religiões bem posteriores ao paganismo), segue uma breve introdução:

- Celebrações em datas ou períodos específicos:

1. Sabbaths - rituais solares ou dias de poder:
Relacionados ao Deus e aos processos dele com a Deusa que formam a roda do ano. É um ciclo de morte e renascimento que passa por diversas fases começando pelo nascimento deste pelo útero da Deusa, crescimento, descoberta do amor, união entre ele e a própria Deusa, auge do seu poder e declínio até sua inevitável morte para renascer por intermédio da Deusa a partir de sua própria semente.
2. Esbbaths – rituais lunares relacionados a Deusa:
Relacionados com as fases da lua pois cada fase representa um aspecto ou face da Deusa e seu próprio ciclo de morte e renascimento: crescente:jovem – cheia:mãe – minguante:anciã – nova:transmutação (morte e renascimento). Sendo assim cada mudança de fase é uma noite de poder onde podemos praticar magia com uma vibração mais forte ou simplesmente celebrar a ocasião. Na maioria das vezes isto acaba sendo feito apenas na lua cheia pois é quando ela atinge o seu auge e corresponde a fase em que a Deusa amadurece e se torna mãe de todas as coisas; é o auge do seu poder. As vibrações lunares sempre foram sentidas por nós e percebidas através das influências que elas exercem* e muitos defendem que deveríamos praticar os Esbbaths em cada mudança de fase e não apenas em seu ápice, claro sempre respeitando a simbologia de cada uma delas.

- Altar:
Centro de conexão com o divino e com nosso espiritual; nosso ponto de força. Meio de expressarmos e materializarmos nossos pensamentos, crenças e sentimentos. Acabam se tornando nosso reflexo e reflexo de nossa dedicação e é nosso apoio durante execução de nossos rituais.

- Instrumentos Mágicos:
Cada um possui sua respectiva função, logicamente mágica, como direcionar energia, limpar o ambiente etc. São apenas ferramentas, mas que se tornam especiais e acabam criando vida, exigindo todo o cuidado e carinho.

- Símbolos:
Como qualquer símbolo são imagens, traços, ou simplesmente associações com coisas do dia-a-dia que possuem um certo significado ou correspondência. Sendo simples ou muito complexos, são usados como amuletos, representações, limpeza etc. Acreditamos que cada um projeta uma certa energia e influência, e que devem ser utilizados com sabedoria para fins específicos correspondentes a sua essência.

- Elementos:
Para nós os quatro elementos (terra-ar-fogo-água) possuem vida própria. Os quatro estão dentro de nós e de tudo o que existe, pois sem a existência dos mesmos não haveria vida.) Podemos utilizar a energia dos elementos, que é diferente para cada um deles, em nosso auxílio conforme correspondência com sua essência, além de nos comunicar e interagir com os espíritos guardiões de cada elemento (elementais), que são criaturinhas bastante curiosas.

- Outros Seres:
Além dos espíritos da natureza, ou elementais, acreditamos na existência e influência de outros seres como anjos, guardiões ou guias como o animal de poder, etc. Cada um possui sua própria essência, assim como uma função diferenciada; todas necessárias ao equilíbrio do universo.

- Oráculos:
Quando se fala em oráculo logo vem a mente uma certa posição de “vantagem”, no sentido de: estar a frente do futuro prevendo-o e assim evitar ter de passar desagrados. Até certo ponto isto está correto, mas o que se deve ter em mente é que o intuito do jogo ou consulta é o conselho e não a solução; além de serem uma chave muito valiosa para o auto conhecimento. Devemos ter em mente que os obstáculos e problemas na qual somos obrigados a enfrentar na vida fazem parte do nosso crescimento pessoal e são completamente necessários à nossa evolução espiritual. Portanto o oráculo é, na verdade, uma ponte ou guia, disponível para nos ajudar a entender mais profundamente nossa situação e quais alternativas possuímos para agirmos em relação a ela. Afinal o futuro não é imutável e a partir do momento em que se consegue um vislumbre do que está por vir, adquirimos também um controle maior e muito mais força para realizar as mudanças necessárias.

* Solstício: momento em que o sol (visto a partir do ângulo da terra), atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Ocorrem duas vezes por ano (entrada do verão e inverno) e, quando no verão, significa que a duração do dia é a mais longa do ano assim como, no inverno, duração da noite é que é a mais longa.
** Equinócio: momento em que o sol (visto a partir do ângulo da terra) cruza a linha do equador e os dias e noites têm a mesma duração (12 horas cada). Ocorre em duas datas e marca mudanças de estações (entrada do Outono e Primavera). *** Influências lunares podem ser vistas nas marés, no ciclo menstrual, mudanças de humor e de vontades, resultados de projetos conforme a lua na qual foram iniciados etc...
Texto por: Freya