terça-feira, abril 27, 2010

Beltane


Beltane

01 de maio no hemisfério Norte - 31 de Outubro no hemisfério Sul







Beltane, Beltain ou Bealtaine é mais um festival solar (antigo festival druida do fogo) e na verdade um dos mais importantes. Também conhecido como Dia 1º de Maio, Dia da Cruz, Rudemas e Walpurgisnacht é um dos quatro grandes Sabbaths ou Sabbaths principais.



A palavra Beltane vem de "Bel" (senhor da vida, da morte e do mundo dos espíritos) + "Time" e uma palavra céltica que significa "fogo”, ou seja, "Fogo de Bel". Em gaélico irlandês Bealtaine ou do gaélico escocês Bealtuinn, ambos originários do antigo irlandês Beletene, seria: "fogo luminoso". É também o nome do mês de Maio em irlandês.




Acontece no momento em que a primavera alcança seu pico e traz o aconchegante calor do sol que se faz cada vez mais intenso. O solo está extremamente fértil e com a energia solar ele germina¹ abundantemente.

Por toda a parte respira-se o amor e a doçura da primavera. A beleza das flores pelos bosques e os animais que se aninham brincando e totalmente entregues uns aos outros exultando em sensibilidade, retrata bem a necessidade e alegrias da união sagrada realizada no período.




União sagrada porque é época de celebrar a vida em si, a criação, e toda a agitação que pode ser sentida no planeta é um reflexo desse princípio: a verdadeira união divina.

É neste período que Deus e Deusa unem-se e assim expressam o mistério da existência: o equilíbrio. Nada existe sem que haja seu contraposto, e é sob essa Lei que o próprio universo é regido. Portanto Deus e Deusa são as energias opostas que se atraem e se completam estabelecendo o a base da criação: o princípio feminino e o princípio masculino, a essência de todas as coisas, a fagulha de vida que se espalha em tudo o que foi é e será; eles são o TODO.

E nesse momento, os dois se apresentam no auge de sua juventude e vitalidade. E após um período de conquista onde eles começam a se olhar já em Ostara, estão cada vez mais apaixonados até que, finalmente, o desejo culmina na entrega. Ele caminhando para a fase adulta em período de transição e ela em extrema feminilidade embora ainda virgem, denotam a essência de Beltane: o casamento dos Deuses.

Um rito focado na fertilidade em si, com uma profunda simbologia pa
ra aqueles que souberem compreender. Claro, considerando-se que na antiguidade a palavra "fertilidade" está associada principalmente ao desejo de produzir mais nas fazendas e campos e que estes povos viviam muito mais próximos da natureza e em constante interação com a mesma (não possuindo as facilidades que temos hoje), podemos entender o porquê deste rito ser para eles tão importante e um dos mais alegres.

Ora, imaginem a felicidade que era para estas sociedades a despedida do inverno depois de um longo período de dificuldades e o aconchego do calor do sol trazendo com ele a abundância das belezas naturais, de alimentos começando a nascer e tudo o mais. Toda esta energia de renovação e vibração positiva que acaba afetando a todos os seres acaba criando uma atmosfera de excitação e entusiasmo, fazendo também com que amor e a paixão se espalhem e afetem a todos.




A própria abundancia de alimentos que começa a se mostrar e maior favorecimento para a criação de filhotes com o afastamento do inverno, também propicia a reprodução entre os animais e assim a própria natureza encontra seu meio de dar continuidade ao ciclo da vida. Isto tudo, é claro, em um primeiro momento, falando de forma mais genérica e simplista, pois o verdadeiro entendimento do rito se estende a muito mais do que isto.





Conectando-se então a energia dos deuses em sua fase jovial, passamos por este período nos sentindo também mais jovens, e aqueles mais sábios e vividos são capazes de voltar-se para dentro de si mesmos e unir os dois pólos que estão lá (masculino e feminino). Assim atinge-se uma conexão interior e um grande avanço no caminho do auto conhecimento e da espiritualidade, contemplando uma visão mais ampla do próprio universo e da existência em si, pois o que está em cima é como o que está embaixo (macrocosmo e microcosmo).

Costumes da Celebração:

Fogueira de Beltane:

A fogueira acesa neste ritual está associada ao sol e teria como finalidade iluminar o caminho para a chegada do verão² e para que este fosse abundante. Era um costume antigo pular a fogueira banindo energias negativas e pedindo bênçãos aos deuses da fertilidade, inclusive garantindo bons partos. As chamas nas casas eram apagadas e acendia-se a fogueira (dizem que esta era feita de nove árvores: freixo, betuila, teixo, aveleira, sorveira, salgueiro, pinheiro, espinheiro e carvalho) e ao término do ritual cada família levava um pouco das brasas para reascender em suas casas trazendo as bênçãos para o lar.



Mastro de Beltane:

Também conhecido como Maypole ou Mastro de Maio (origem hemisfério Norte - onde comemora-se Beltane em 1º de Ma
io) é um dos símbolos mais populares de Beltane. Trata-se de um símbolo fálico que representa a união entre Deus e Deusa (mãe terra). Geralmente feito de alguma árvore forte e alta (normalmente o Vidoeiro ou Freixo), decorado com flores e fitas coloridas deve ser fincando de preferência em locais abertos para que várias pessoas possam participar (nada impede que você o realize solitariamente em seu lar). Costuma-se então cantar e dançar com alegria a sua volta, e cada pessoa deve segurar uma das fitas e entrelaçá-la rodando ao redor do mastro, até que no final, ele esteja trançado pelas fitas.



No decorrer da música e enquanto passamos por este processo, devemos mentalizar que estamos tecendo nosso destino projetando desejos e visualizando resultados pois, como representação da fertilidade do Deus, este símbolo poderoso ajudará a estender este aspecto também a nossos desejos, planos e projetos.
Após isto feito, o mastro deve ser queimado junto à fogueira de Beltane e o ritual prossegue com dança, música, jogos e a ceia.


Pacote de Beltane:


Fazer um “pacote” com nove galhos com uma fita e decorá-lo com flores, folhas, símbolo mágicos etc, e quaimá-lo na fogueira de Beltane ou no caldeirão oferencendo-os aos Deuses e aos espíritos da natureza.
Estes galhos devem ser colhidos no decorrer do ano em locais que são importantes para você de alguma forma ou que foram encontrados de forma curiosa para serem “empacotados” no dia de Beltane. Mas nada impede que se colha todos os nove gravetos no referido dia (devem ser encontrados já soltos, nada de arrancá-los).






Guirlandas de Beltane:

Desde a antiga Europa o melhor dançarino era homenageado com uma coroa feita de folhas e a virgem mais bonita com uma coroa de flores representando assim o Deus e celebrando a Deusa. Guirlandas utilizadas no ritual de Beltane podem depois ser penduradas em casa ou deixadas na natureza. Tais guirlandas podem representar também Deusa e Deus no altar para a ocasião.

¹Germinação é o nome empregado em biologia ao processo INICIAL do crescimento de uma planta a partir de algo em estado de vida latente (semente ou esporo). O termo também emprega-se a animais protistas e bacterianos.

CONTINUA... ...e que os deuses derramem suas bençãos neste dia tão especial. que assim seja e assim se faça... Postado por Freya.

terça-feira, abril 13, 2010

Grupo de estudo pagão

No próximo Sabath iremos abrir as "portas" para pessoas interessadas em estudar o paganismo.
Faremos Beltane em Itapetinga, com a dança do Sol, May Pole, e o ritual do casamento sagrado. Faremos vivências e conversaremos sobre esse ritual que celebra o amor, a união e a fertilidade da Terra.
Para os interessados levar algum prato de doce ou salgado para compartilharmos ou flores para o altar.


Dia 1 de maio as 17 hs
Fazenda Sta Julia - Itapetininga - São Paulo

quarta-feira, abril 07, 2010

fernando Veríssimo e a páscoa

Papai, o que é Páscoa?

- Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!

- Igual ao Natal?

- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.

- Ressurreição?

- É, ressurreição. Marta , vem cá !

- Sim?

- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.

- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu ?

- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?

- O que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas ! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu ! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã ! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola ? Deus me perdoe ! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo !

- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus ?

- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

- O Espírito Santo também é Deus?

- É sim.

- E Minas Gerais ?

- Sacrilégio !!!

- É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo?

- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho !

- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa ?

- Eu sei lá ! É uma tradição. É igual a Papai Noel,só que ao invés de presente ele traz ovinhos.

- Coelho bota ovo ?

- Chega ! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais !

- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa ?

- Era... era melhor,sim... ou então urubu.

- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né ?

- Que dia ele morreu ?

- Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.

- Que dia e que mês?

- (???) Sabe que eu nunca pensei nisso ? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.

- Um dia depois!

- Não três dias depois.

- Então morreu na Quarta-feira.

- Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde ! Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como ? Pergunte à sua professora de catecismo!

- Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua ?

- É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.

- O Judas traiu Jesus no Sábado ?

- Claro que não ! Se Jesus morreu na Sexta !!!

- Então por que eles não malham o Judas no dia certo ?

- Ui...

- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?

- Cristo. Jesus Cristo.

- Só ?

- Que eu saiba sim, por quê ?

- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha ?

- Ai coitada !

- Coitada de quem ?

- Da sua professora de catecismo !

Luis Fernando Veríssimo

Coven - o que é?



Coven
Coven, Coventículo ou Conciliábulo é o nome dado a um grupo de bruxos (as), que se unem num laço mágico, físico e emocional, sob o objetivo de louvar a Deusa e o Deus, tendo em comum um juramento de fidelidade à Arte e ao grupo.
Um Coven tem como filosofia "Perfeito Amor e Perfeita Confiança". Isto quer dizer que dentro do Coven deverá prevalecer a união, pois um Coven é, antes de mais nada, uma família.
Tradicionalmente, ele abriga o máximo de treze pessoas. Quando esse número excede, há uma divisão, e cria-se então os


Clãs, formados de vários grupos originados de um Coven inicial comum. Num grupo tão pequeno, todos tornam-se de vital importância, e a falta de qualquer membro é facilmente sentida.
Funcionamento
Em bruxaria, não existe nenhuma entidade hierárquia. O Coven não precisa ser associado a nenhuma fundação "maior", como um grande "chefe" comandando tudo. No entanto cada tradição tem sua organização própria sendo umas mais piramidais que outras ou ainda mais ou menos fechadas em relação aos novos membros.
O líder do Coven deve possuir sensibilidade e poder interior para canalizar a energia do grupo, para dar início e interromper cada fase dos rituais, ajustando a duração de acordo com o ânimo do grupo. Ele normalmente é escolhido pelo próprio grupo, geralmente tem seu cargo avaliado pelos membros e por si mesmo. Um Grão-Sacerdócio, uma posição de liderança, não é um status vitalício... E sempre que necessário outras pessoas podem tomar estas posições desde que estejam dispostas a trabalhar e de comum acordo com todo o grupo.
Tensões por poder são comuns em todos os lugares. Nessas horas de disputa mesquinha o ideal é que se afastem os membros envolvidos e que se escolha um outro para o cargo. Moderação e diplomacia são sempre preferíveis à decisões ríspidas e autoritárias, mas pulso firme no momento certo, assegura a estabilidade dos laços.
Para tornar-se membro de um Coven, o(a) Bruxo(a) deve primeiro encontrar um Coven e ser iniciado, deve submeter-se a um ritual de comprometimento no qual os ensinamentos e segredos internos do grupo são revelados. A iniciação é seguida de um longo período de treinamento, onde a confiança do grupo é aos poucos conquistada. Ou, se não for possível encontrar um Coven de portas abertas o(a) Bruxo(a) pode escolher uma tradição que admita a auto-iniciação e formar seu próprio grupo de pessoas interessadas, que estudarão, se dedicarão e se tornarão, com um pouco mais de esforço, um Coven...
Características Gerais
Um Coven mantém encontros periódicos para o treinamento, exercícios, troca de experiências, comemoração dos Sabás e Esbás, além de trabalharem juntos em outros rituais. A disciplina é essencial na formação de uma consciência mágica comum ao grupo e de uma Egrégora (que é, para simplificar, a força mágica do grupo e sua repercussão no Astral.
Covens liberais e democráticos em excesso se embaralham em coisas simples. Um pouco de ordem na casa, objetividade e disposição para abrir mão das suas próprias opiniões em pró do grupo sempre ajudam a concentrar esforços numa mesma direção.
Cada Coven tem seu próprio símbolo e nome, suas regras, suas características, seu método de estudo e "carisma mágico próprio". Covens próximos podem e devem trocar influências, porém sempre respeitando a individualidade de cada membro.
Mais que tudo, um Coven é um organismo vivo, pulsante, que responde segundo seus membros. Se alguém está doente, mal-intencionado, desequilibrado, angustiado, isso tudo se reflete no desempenho do grupo, nos resultados dos rituais. Por outro lado se há alguém extremamente bem, feliz, disposto, energizado, isso também é dividido com os membros que sentem a energia do Coven. O Coven une seus membros muito além do plano físico, até mesmo no emocional. A união é uma simbiose mágica. O que um sente é notado por todos, o que um passa é sentido por todos. Reza o ditame: "Os laços de um Coven são mais fortes que o sangue"
Constituíntes do Coven
Os Covens não possuem graus hierárquicos. Variando de Coven para Coven, pode existir uma estrutura organizacional, porém todos são vistos como iguais (sacertotes e sacerdotisas dos Deuses). Normalmente os membros são:

  • - Alta Sacerdotisa - a líder feminina de um Coven, normalmente de 3º grau. Ela representa a Deusa em um ritual.

  • - Alto Sacerdote - o líder masculino de um Coven, normalmente de 3º grau. Ele representa o Deus em um ritual.

  • - Anciã(o) - um membro do Coven, com mais experiência, que mereceu seu 3º grau e que seja ou tenha sido uma Alta Sacerdotisa ou Alto Sacerdote em seu próprio Coven.

  • - Terceiro Grau - completa e total dedicação aos Deuses e à Comunidade Wicca.

  • - Segundo Grau - completou o seu 1º grau e é qualificado para ensinar estudantes do primeiro grau. É o grau do verbo "fazer".

  • - Primeiro Grau - aquele que se dedicou a aprender a Arte. Este é o grau do verbo "saber".

  • - Dedicado - aquele que está aspirando o primeiro grau, e já passou pelo ritual de deidicação ao deuses e ao caminho da Wicca.

  • - Neófito - uma pessoa interessada em Wicca, mas que ainda não iniciou seus estudos na Arte.
Os Covens devem escolher uma Alta Sacerdotisa e um Alto Sacerdote que sejam democráticos e bons, além de justos e sábios, porque não importa o que os outros membros do Coven falem... É a Alta Sacerdotisa quem dá a palavra final, mesmo que seja essa, contra todos os outros. E se alguém não quiser acatar a ordem da Alta Sacerdotisa, ele deve, humildemente, reunir-se com o coven e expressar o seu desejo de fundar um novo coven. Assim, todos aqueles que quiserem segui-lo deverão fazê-lo e partirão com as bênçãosdos que ficarem, para que não haja atrito e possam os dois covens, portanto, viver em perfeito amor, confiança e harmonia.