31
de outubro: Samhaim ou Beltane?
             Discussão antiga entre pagãos de linhas
diferentes. Cada um defende sua idéia. Uns dizem que é  Beltane afinal de contas estamos no meio da
primavera! Daqui há pouco o verão está aí! Outro dizem que é Samhaim, já que
todo mundo comemora o halloween nessa data e Samhain tem uma  maior força quando comemorado junto com  tanta gente pensando a  mesma coisa ( a tal da egrégora). E agora, o
que comemorar?
            Vamos
partir do princípio que religião não uma ciência exata e vamos pensar que todo
restante que não é ciência é subjetivo. O que quero dizer com isso é que  a verdade não é absoluta (nem na ciência, diga-se
de passagem). A verdade é subjetiva.
            Desse
ponto podemos concluir que se comemora aquilo que se sente. O paganismo não é
hermético em suas crenças, não há necessidade de se ter ritos duros e
imutáveis. As tradições seguidas por gerações são maleáveis e lúdicas. Os
tempos mudam e  é por isso que  existe as adequações devidas, com respeito às
tradições, claro.
            Pensa
junto comigo. Que diferença faz pra você , bruxa(o) moderna se a colheita é
em  junho ou em dezembro? A possibilidade
de você saber ao menos  em que época do
ano começa a plantação de milho por exemplo é bem remota. Afinal, colhemos  quando precisamos e o que queremos a hora que
a gente bem entender no supermercado, não é? Então que sentido real faz para
você as grandes colheitas, para celebração?
            Bora pensar mais um pouquinho: Quantas
estações existem? Primavera, verão, outono e inverno. Nós aqui no Brasil também
passamos por elas, mas por pura convenção. Estudos dizem que nosso país vive
realmente duas estações do ano: verão e inverno. E a gente  não precisa ir muito longe pra confirmar o
que dizem os cientistas. No nordeste há duas estações do ano: a  de chuva e a de seca (verão e inverno). 
            Bem, vou te contar uma
particularidade. Mudei-me de  São Paulo
(de um apartamento) para o interior (para uma fazenda). Tive experiências que
não teria nunca na metrópole, Principalmente experiências espirituais. Passei
todos os  anos da minha vida comemorando
a roda norte com muita certeza da minha crença. Seguia a egrégora e ponto
final. Comemorar o Yule quando todo mundo está pulando a fogueira, não dá. E
mesmo  com o frio que a gente tem aqui no
meio do ano o papai Noel com aquela roupa toda ia chegar  aqui assado. O que quero dizer é que (pra
mim)  a egrégora faz uma diferença enorme
em um ritual. Trazer a energia do Samhaim quando grande parte do mundo está
comemorando a mesma celebração é infinitamente mais forte em energia e  o ritual flui melhor. Porém com minha vinda
pra cá comecei a perceber coisas que eu não percebia antes. Em agosto o sol
nascia as 6:15hs  da manhã, enquanto hoje
nasce com pressa às 5:00 Hs em ponto. O som dos passarinhos aumentou
drásticamente de um mês pra cá. E os sapos...aff! Esses definitivamente não
gostam  da época do frio. A sinfonia
é  danada a noite, mas há dois  meses 
quase não se  ouvia um coaxar.   O que
quero dizer com isso é que nossa percepção muda dependendo de nossas vivências.
Consigo entender melhor os que seguem a roda sul, mas mesmo assim pra mim
(particularmente apenas) ainda  não
funciona. 
               
Esse ano vou comemorar o Samhaim com a lembrança muito clara  de Beltane (se comemorasse Bel hoje a caçada
seria tão fácil que nem graça teria, aqui a Lua é  um grande e imenso farol que clareia tudo
nessa época do ano). Minhas abóboras estão a postos. Meu ritual de gratidão aos
meus antepassados já está preparado (lembrando que finados é daqui há poucos
dias o que me confirma ainda mais minha escolha pela roda norte, com  adaptações claro!), mas incluirei no meu
ritual pontinhos de Beltane. Um exemplo disso é a receita que passarei pra
você: doce de abóbora com queijo serra da canastra. Além de simbolizar as duas
celebrações: abóbora – samhaim / queijo – Beltane, ainda tem  o fator brasileiríssimo  da comemoração. O queijo serra da Canastra é
um patrimônio cultural brasileiro reconhecido mundialmente. 
            Receita “entre dois mundos” ( abóbora
com queijo serra da canastra)
- 1/2 quilo de açúcar
 - 1kg de abóbora de pescoço, descascada e
     cortada em cubos
 - 2 pauzinhos de canela
 - 6 cravos-da-índia
 - Queijo serra da canastra cortado  em fatias ( caso não encontre em sua
     cidade substitua por queijo minas).
 
Numa
panela grande, coloque a abóbora, o açúcar, a canela e os cravos. Leve ao fogo
médio, mexendo sempre, até a abóbora começar a soltar água e umedecer o açúcar.
A partir daí, abaixe o fogo e vá mexendo de vez em quando. Quando a abóbora
tiver desmanchado e a calda tiver engrossado um pouco (leva uns 35 a 45 minutos)
apague o fogo. Deixe esfriar sirva com o fatias de queijo serra da canastra.

Nenhum comentário:
Postar um comentário