segunda-feira, setembro 14, 2009

O Altar Mágico - 1ª Parte

Do latim altare ou ara (lat. class.): plataforma semelhante a uma mesa constituída por uma rocha, elevação ou outra estrutura que possibilite ao sacerdote, líder ou mentor espiritual, sacrificar à divindade, ou divindades, em um templo religioso ou local sagrado.

Mas a final, o que é um altar. Qual a função dele?

O altar é uma herança que vem desde a era primitiva*, de natureza religiosa, originado para realizar a conexão com o divino. Tanto que, na própria bíblia, existem várias passagens citando altares em “lugares altos” (ex: e mandou-se destruir os templos e altares levantados em lugares altos onde se fazia sacrifícios a Isthar, Astarth, Baal etc...), pois, se buscarmos o pensamento primitivo, teremos que os Deuses habitam nos céus, sempre acima de nós, portanto quanto mais alto o local de adoração mais próximos estaríamos deles.**
Mas e os sacrifícios? Porque esses altares eram usados para esta finalidade?
A essência de sacrifício seria de “doar-se”, “sacrificar-se” no sentido de dispor ou privar-se de algo na qual se necessita, ou que fará falta. Os rituais eram sempre baseados na colheita, fertilidade e etc, e essas oferendas eram uma forma de fazer a “sua parte” enquanto se está pedindo ou agradecendo aos deuses, o que estreitava a relação homem-divindade. Infelizmente, levando-se em consideração, novamente, o pensamento primitivo, essa idéia de entregar algo era totalmente extremista, já hoje praticamos os mesmos princípios utilizando-se de simbolismo e mantendo a mesma força; colocando-se alimentos como frutas ou bolos dedicados aos deuses em nossos altares nos rituais na qual nós mesmos podemos compartilhar e desfrutar no decorrer do mesmo.

Partindo-se deste princípio de “conexão” ou “ligação” com os deuses, todas as religiões possuem algum tipo de altar, no catolicismo, por exemplo, é a mesa onde se celebra a missa***, no protestantismo é onde os pastores pregam durante os cultos, nos terreros de religiões africanas temos altares com imagens de entidades e orixás, no budismo altar com a imagem referência do iluninado Buda e assim por diante. Isto porque, necessitamos de uma representação física daquilo em que acreditamos, e na bruxaria também funciona dessa forma...


* O Santuário de Stonehenge por exemplo (período Neolítico – idade da pedra polida – entre aprox. 18.000 e 5.000 a.c.), no sul da Inglaterra, foi construído para fins religiosos já que a estrutura, onde há também um altar estão posicionado para a direção onde o Sol nasce no dia de solstício de verão; remetendo a riruais de um culto solar. Datando de um período anterior , temos os desenhos nas cavernas (período Paleolítico – idade da pedra lascada – entre aprox. 2.5000.00 anos atrás e 6.000 a.c.) seriam realizados por caçadores com intuitos mágicos: estar influenciando na captura do animal assim que possuíssem a imagem do mesmo ferido mortalmente em um desenho. Além, destas, a maioria das imagens eram femininas com seus corpos bem destacados, remetendo aos aspectos da deusa de fertilidade etc e isso se aplicava também à esculturas, sendo Vênus de Willendorf a mais conhecida.

** Outros locais de adoração ficavam sempre na natureza ou próximos a ela, devido a consciência que os homens já possuíam de sua relação com o divino.

*** A utilização de crenças e hábitos pagãos para facilitar a conversão detes à nova religião pode ser vista nitidamente em toda a estrutura cristã ex.: o sacrifício do “cordeiro de Deus” para “retirar” os pecados da humanidade nada mais é do que uma alegoria “mascarando” os antigos sacrifícios pagãos, vividos pelo personagem de Jesus Cristo, mudando-se assim o foco mas não as origens.

Altar na Bruxaria:

È o nosso ponto focal mágico, é como materializamos nossos sentimentos, crenças e práticas espirituais, centro de conexão com os deuses. A quem defenda que todos deveríamos possuir um altar fixo em casa, um cantinho espiritual e não montá-lo apenas para os rituais. Mas, ao fazê-lo, devemos ter em mente de que será nosso reflexo, e de nossa dedicação, é especial e sagrado, e deve ser tratado como tal. Sempre limpo e organizado por uma questão de respeito e devoção, além de servir também como um termômetro de nossas energias e ponto de força ou poder pois, ele é parte de nós, e é assim desde o momento em que se começa a idealizar sua confecção.Mais uma coisa é fato: sendo fixo ou não, é extremamente pessoal, havendo divergências na forma de organizá-lo. Por isso, temos sempre que seguir nossa intuição e nosso coração, afinal a Bruxaria é isso mesmo, e assim poderemos fazer as associações necessárias para representar cada parte dele de forma bonita e coerente, e mesmo que seja simples a força dele estará na simbologia, e no que ele representa.

Postado por: Freya.
- No próximo Post, detalhes e dicas de como montar o altar -

2 comentários:

Inanna di Uruk disse...

Texto bastante interessante, e bem ilustrativo. adorei! Parabéns!

Andréa Lagôa Clemente disse...

LINDOOOOOOOOOOOOO!!!!!